RVB Corretora de Seguros

Quarta, 30 Janeiro 2013 10:12

A importância do Seguro no Brasil atual.

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Ao longo das últimas semanas o Brasil tem assistido a uma série de acidentes mais ou menos graves, capazes de gerar prejuízos de monta não apenas para o proprietário do bem ou das instalações, mas também para terceiros que por uma razão ou outra acabaram sendo atingidos.

Não há o que fazer, acidentes acontecem. Se não acontecessem, a atividade seguradora seria desnecessária. Sem risco, não há porque ter seguro. Já quando o risco existe, ainda que remoto, uma apólice bem contratada é uma ferramenta indispensável, nem que seja apenas para garantir o sono do responsável.

Não é frase de efeito. A maioria dos objetos segurados não sofre sinistro. Não fosse assim, o preço do seguro seria completamente diferente, inviabilizando parte dos produtos colocados no mercado. O que permite o seguro custar relativamente barato é a lei dos grandes números. Quanto maior o número de segurados, em princípio, menor o número proporcional de acidentes a serem indenizados.

Entre os acidentes recentes, dois chamaram a atenção pela violência das imagens. O primeiro foi a ruptura de uma adutora em Manaus. Os filmes mostrando a força da água descendo pelas ruas da cidade são impressionantes. Da mesma forma, o incêndio de um tanque de etanol, causado por queda de raio, numa usina de Goiás, não deixa dúvida da fragilidade humana diante dos elementos.

O dado interessante é que nos dois casos havia seguro. Ou seja, ainda que nem todos os prejuízos sendo sempre integralmente indenizados, boa parte das perdas diretas e indiretas decorrentes dos dois eventos serão assumidas por companhia de seguro, evitando que o segurado tenha que comprometer seus ativos para indenizar terceiros e recompor o próprio patrimônio.

É a função do seguro. Função que protege toda a sociedade e que já pagou ou vai pagar indenizações decorrentes da entrada de água da chuva em veículos com apólices compreensivas; acidentes de trânsito com feridos e mortos nas ruas e estradas; acidentes com trens; com embarcações; outros rompimentos de adutoras, com risco de desmoronamento de imóveis; solapamento do solo e crateras nas ruas; incêndios residências e empresariais; desmoronamentos; queda de aeronaves, etc.

Por conta do tamanho ou de suas características, alguns eventos chamam mais atenção, saem na imprensa, enquanto outros passam quase que despercebidos dentro da rotina normal da vida moderna. É assim que as coisas são, mas nem por isso a vítima anônima - o dono do carro inundado, o proprietário do imóvel que pega fogo, os beneficiários de uma vítima de acidente de trânsito - não é atendida pelas seguradoras.

O Brasil cresceu, ficou mais rico, a população está mudando de patamar, com mais da metade já inserida na sociedade de consumo. É bom porque melhora a qualidade de vida dos cidadãos. Mas se o setor de seguros não estivesse crescendo também, parte destas conquistas estaria fatalmente comprometida. Um dos preços do progresso é o aumento da ocorrência de eventos com potencial de danos para o ser humano. As razões são muitas, variando desde a concentração urbana, até a ocupação de áreas de risco, passando por uma série de outras ações e omissões capazes de atingir a vida e o patrimônio das pessoas.

Nos últimos 15 anos o setor de seguros cresceu mais do que a economia nacional. A razão para isso foi o aumento da demanda por proteção e a rápida resposta das seguradoras em atender uma parte importante destas necessidades.

Ainda há muito a ser feito. E muita coisa já está sendo feita. Em 5 anos com certeza os produtos de seguros oferecidos serão bem mais sofisticados do que os atuais. Além disso, riscos que hoje não encontram qualquer tipo de proteção serão segurados através de apólices colocadas a disposição de todos.

Nada de novo na frente oeste. É assim que a sociedade evolui. Como dizia um capitão do exército no meu tempo de CPOR: "antes da hora é cedo, depois da hora é tarde. A hora é a hora". O setor é tradicionalmente conservador e o brasileiro não tem o hábito de fazer seguros. Imaginar que dá para ir mais depressa é correr o risco de errar, queimar o filme e comprometer um futuro que tem tudo para ser bom para todos.

Antonio Penteado Mendonça
Academia Paulista de Letras, advogado, sócio de Penteado Mendonça Advocacia, professor da FIA-FEA/USP e do PEC da Fundação Getúlio Vargas.

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