A região Sudeste concentrará mais da metade das perdas, seguida pelas regiões Sul (15%) e Nordeste (13%). Ao longo da última década, as inundações no Brasil levaram, em média, a perdas de 120 vidas e prejuízos econômicos de US$ 250 milhões por ano. Em 2011, foram registradas mais de 970 mortes e as perdas econômicas ultrapassaram US$ 1 bilhão. Apesar de o Brasil ser considerado um país com pouca incidência de catástrofes naturais, os números mostram uma realidade bem diferente. O Brasil é o 13º país mais vulnerável no que se refere a enchentes no mundo e o 18º que mais sofre prejuízos econômicos a cada ano por causa de chuvas, aponta um ranking elaborado pela Preventionweb, portal criado por instituições da ONU e de prevenção de desastres pelo mundo.
De acordo com Marcio Aurélio Rios Martins, gerente de subscrição corporativa do IRB-Brasil Re, no mercado de seguro e resseguro esses eventos estão classificados no grupo de Catástrofes Naturais, por se tratarem de ocorrências nas quais as consequências podem atingir, simultaneamente, um grupo expressivo de pessoas e propriedades, assim como nos casos de terremoto, explosão, furacão, ciclone, vendaval, tornado, granizo, maremoto e queimadas. “As coberturas de seguros oferecidas para eventos que podem assumir proporções de catástrofes normalmente são as mesmas previstas nos seguros de propriedades: coberturas de danos de causa externa, desmoronamento, alagamento, molhadura, gastos adicionais, despesas de recomposição, contenção e salvamento, deterioração de bens em ambientes refrigerados, lucros cessantes e responsabilidade civil, entre outras”, afirma Martins.
Segundo Rodrigo Belloube, Head do departamento de Property e Engenharia da Munich Re, houve um aumento da preocupação das seguradoras pela proteção dos seus balanços, mediante a transferência de volatilidade, em particular aquela que pode resultar de eventos naturais, ao mercado indústria de seguro como proporção do PIB, essa exposição tende a aumentar, assim como, naturalmente, a necessidade de pulverização do risco por toda a cadeia de resseguro. Trata-se de uma tendência saudável e irreversível”, pontua Belloube. O executivo assegura que a solução mais comumente adotada é uma proteção chamada Excesso de Danos, que funciona da seguinte forma: a partir do momento em que determinado nível de perda líquida agregada é atingido – ou seja, quando a soma de todos os prejuízos de uma seguradora, descontados o cosseguro e resseguro, ultrapassa certo valor -, os resseguradores assumem os prejuízos adicionais. “A questão é que poucas seguradoras têm controle dos seus acúmulos, ou seja, de onde estão concentradas suas exposições e qual o valor em risco sujeito aos cenários de catástrofe. A inovação de produtos não deveria, em tese, ser desacoplada da análise do impacto econômico que tais inovações acarretam. É importante que seja criada uma base de dados que nos permita dimensionar os cenários de perda, para que o processo de precificação e gestão de acúmulos seja feito de forma profissional e sem gerar surpresas”, opina o executivo da Munich Re.
Confira a reportagem completa na edição de dezembro (170) da Revista Apólice.
Autor: Gabriela Ferigato / Revista Apólice